Parece mentira, quando se houve dizer o que já vem dos tempos dos meus avós, “Deus não dê ao corpo o que o corpo aguenta”. Posso vos dizer que esta semana contam-se pelos dedos das mãos, as horas que dormi.
Depois destas últimas noites, na manhã de Sábado, ao pequeno-almoço tomei junto da medicação habitual, os comprimidos daqueles que preciso tomar à noite para dormir algumas horas, quando as durmo. Em vez da cama, acabei por ir com o meu marido, ao mercado a Peniche para fazer as compras para a semana, não imaginam que energia tinha eu, mas a todo o momento esperava que ela me faltasse.
Chegámos a casa, arrumei as compras enquanto o diabo fecha o olho, como diz o velho ditado. Pobre da minha mãe, com 81 anos de idade, que era para ter agora paz e sossego, anda desesperada por me ver assim, com a vida num inferno. Ajuda no pouco que pode fazer. Ajudou-me a fazer o almoço, a pôr a mesa o que já é uma grande ajuda.
Depois do almoço a energia continuava, e há espera fiquei que o corpo me desse ordens para ir para a cama descansar. Mas não conseguia estar parada, de braços cruzados não consegui ficar. Limpei, lavei roupa, estendi, recolhi, passei-a a ferro. A Limpeza no R/C ficou por conta do meu marido. Tudo foi retirado do seu lugar e foi limpo, inclusive andou de joelhos com uma escova de dentes e o limpa juntas, a limpar o betume dos mosaicos, como são claros, eu não gosto de vê-los escurecidos. Só as paredes, o tecto e uma parte do móvel da sala, por dentro, onde tem loiças e a garrafeira é que não foram limpos e não vão sê-lo tão cedo.
Todo o dia sem parar e mesmo assim depois das 20h ainda sentei-me há máquina de costura para tratar de roupa que já anda há semanas por arranjar e com a agulha e o de dedal na mão, lá fiquei até começar a sentir finalmente os sinais para parar. Depois fui para a cama, não sei como, o que é certo é que estou aqui de novo convosco a esta hora. Poucas foram as horas que dormi.